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Tópicos da História da Moda

Durante muito tempo, o ato da vestimenta foi uma necessidade básica dos seres humanos. Os homens e mulheres iniciaram o processo de adquirir pedaços de couro e folhagens para cobrirem seus corpos, como forma de proteção às fortes temperaturas e a outras influências externas.

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Entretanto, o termo moda foi uma perspectiva criada depois de muitos anos do estabelecimento das civilizações. Durante algum tempo, a forma de se vestir, combinando roupas, acessórios e sapatos foi um costume das grandes elites, como uma forma de demonstrar status social e poder.

Dessa forma, mesmo através dos achados arqueológicos de agulhas de marfim e vestimentas de couro de 40.000 anos a.C. ou ainda, a invenção da máquina de tear a 9.000 a.C. só podemos pensar em moda muito tempo depois.

Isto acontece, pois a moda é um parâmetro desenvolvido através da história, e dos comportamentos sociais, que foram desenvolvidos principalmente na Idade Média no século XIV, perpassando por mudanças até o século XIX, onde a moda foi ressignificada e passou a ganhar o conceito similar ao que conhecemos nos dias de hoje.

Como começou a moda?

A forma como as pessoas começaram a se vestir e a se comportar mudou com o passar dos anos. Por isso, devemos lembrar que, antes de mais nada, a moda é um fator social, influenciado pelos pensamentos e pela cultura do meio que se insere.

Dessa forma, o primeiro processo de mudança, marcado pela expectativa da troca de vestuário, foi encontrado inicialmente, através dos registros e estudos históricos, em 1350 d.C, no Ocidente. Esse início de estabelecimento do que hoje chamamos de moda, esteve associado a uma série de mudanças no pensamento da própria sociedade, devido às mudanças estruturais ocorridas nas civilizações da época.

Primeiramente, existiu o fortalecimento das relações comerciais e como consequência, da burguesia. Logo, a partir do desenvolvimento de tecnologias que possibilitaram a exploração de novas regiões pelo mundo, o antigo modelo de divisão social voltado para o clero, a nobreza e os plebeus, começou a se dissipar, dando espaço a esta nova categoria, os burgueses.

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Eles eram os responsáveis por adquirir mercadorias de outras regiões exploradas através das grandes navegações. Dessa forma, a troca mercadológica começou a se fortalecer e as pessoas passaram a adquirir interesse naquilo que era mais raro e inacessível. As joias, os tecidos, as tinturas, todos esses produtos antecederam as vestimentas e os acessórios que posteriormente foram desenvolvidos através do design.

Além da questão mercadológica, a humanidade também passou a questionar ainda mais o domínio de Deus, abrindo maior espaço para o uso da ciência e da razão. Isto possibilitou que os cidadãos entendessem que eles não precisavam da nobreza para terem acesso a Deus.

Logo, isso possibilitou não só o desenvolvimento tecnológico, como ainda o conceito de liberdade individual. Dessa forma, a civilização que um dia viveu apenas pela estabilidade coletiva, começou a se questionar acerca das possibilidades de mudança e de decisão individuais.

E é a partir desse conceito de individualismo que surge a moda. As pessoas começaram a adquirir maior vaidade e a busca pela estética, os artistas se tornaram mais orgulhosos sobre suas obras, que passaram a ser assinadas. Os nobres começaram a procurar formas de vestir e se comportar que os destacassem do resto da população, e assim, através da ostentação e da valorização da mudança, começamos a desenvolver o que hoje chamamos de moda.

Por que a moda muda?

Por que a mudança é tão importante para a moda? Qual o intuito de adquirir uma roupa que um dia se tornará fora de moda? A resposta para cada uma dessas perguntas está justamente num ponto que abordamos no tópico anterior: a necessidade de segregação social.

O mundo muda constantemente. Todos os dias pessoas ganham e pessoas perdem dinheiro e status na sociedade. Dessa forma, a necessidade de mudança na moda está justamente no fator de distinção social.

De acordo com o sociólogo Gabriel Tarde, através da sua obra, “As Leis da Imitação”, as classes consideradas como “inferiores” tendem a imitar o estilo de vida das classes consideradas “superiores”, como forma de reflexão do seu desejo de ascender socialmente. Dessa forma, os mais ricos utilizam a mudança estilística como forma de se destacar das “classes inferiores", ocasionando assim, na mudança de moda.

Como surgiu o termo “moda”?

É certo que a moda não foi algo que nasceu da noite para o dia, isto acontece pois, como dito anteriormente, o que chamamos de moda está atrelado a um conjunto de fatores que definem o funcionamento social, associado a uma questão muito maior do que o design de roupas. Dessa forma, bem como o seu hábito, o termo “moda” surgiu a milhares de anos atrás.

Alguns estudos mostram que ainda no século XV o termo “mode” passou a ser utilizado em francês como uma variação da palavra latina “modus”, que inicialmente significava uma medida de referência agrária, e que, posteriormente, passou a significar “forma de conduzir”, ou seja, um hábito.

Dessa forma, a maneira de se referir “ao modo” começou a ser referência na forma como as pessoas agiam ou se vestiam em um dado período de tempo, o que ao longo dos anos, se transformou no termo que conhecemos atualmente: moda.

Quem inventou a moda?

Agora que você já conhece um pouco dessa trajetória do estabelecimento da moda, já parou para pensar em quem teve a brilhante ideia de transformá-la no que conhecemos hoje?

É certo que a moda passou por diversos altos e baixos. Entretanto, uma pessoa foi a responsável por criar a base para o que hoje conhecemos como moda, com seus designs, estilos e pensamentos inovadores. O nome dessa pessoa é Charles Frederick Worth, ou, como mais conhecido, o Pai da Alta Costura.

O londrino chegou a Paris em seus 20 anos de idade, e passou a trabalhar em uma grande empresa têxtil da cidade, a Gagelin. A partir da sua desenvoltura, o jovem inglês foi adquirindo cada vez mais admiradores, até que a empresa em que trabalhava permitiu a Worth a abrir uma extensão de negócios voltados à costura nas dependências da empresa.

Suas costuras foram apresentadas na Great Exhibition de Londres e na Exposition Universelle de Paris. Logo, o jovem começou a adquirir uma fama incontrolável, e no auge dos seus 23 anos, Charles abriu a sua própria loja, a House of Worth.

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Seguindo às suas próprias regras, tendo como clientela a Imperatriz Eugenie e todas as nobres da cidade, as criações de Worth passaram a ser conhecidas como haute couture, ou como conhecemos em português, a alta costura.

Além disso, outro conceito criado por Charles Worth foi da utilização de modelos vivos, em vez de simples bonecos. Dessa forma, seus vestidos eram exibidos através de modelos nos grandes eventos e na própria confecção dos vestidos, que antes eram realizados a partir de moldes pré-prontos. Worth também foi o primeiro estilista a identificar suas peças através de etiquetas personalizadas. As mulheres que utilizavam os vestidos Worth, faziam questão de mostrar as etiquetas localizadas na cintura, exibindo a singularidade do trabalho do estilista.

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Por que precisamos conhecer a história da moda?

Assim como toda e qualquer área do conhecimento que desejamos nos especializar, a moda possui origens e pilares singulares, que permeiam até os dias de hoje. Saber a nossa história significa, antes de mais nada, conhecer onde podemos nos desenvolver no futuro, pois um não pode acontecer sem o outro. 

Você pode perceber através do seu próprio armário de roupas. Quantas peças você consegue visualizar que já não estão mais na moda? Quantas você possui que estão dentro da nossa perspectiva de estilo atual? Assim como os homens e as mulheres de outrora, nós também passamos por mudanças, mesmo que imperceptíveis ao longo das nossas vidas. São elas que moldam as nossas personalidades e singularidades, e assim como acontece conosco, acontece também com a moda. 



Este artigo pertence ao Curso de Consultoria de Moda I

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