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Tendências na Gestão Hospitalar

À medida que os desafios da gestão hospitalar aumentam, novas tendências emergem para transformar o setor, trazendo inovações que podem melhorar tanto a qualidade dos cuidados prestados quanto a eficiência administrativa.

Hospital sem Papel (Digitalização)

A transformação dos hospitais em instituições sem papel é uma tendência emergente e fundamental para a modernização da gestão hospitalar. A digitalização de todos os processos, desde o registro de pacientes até a documentação médica e o faturamento, elimina o uso de papel e proporciona uma série de benefícios, como a redução de erros administrativos, maior agilidade no acesso às informações, economia de espaço físico, segurança da informação e sustentabilidade (diminuindo a quantidade de resíduos gerados).



Telemedicina e Atendimento Remoto

A telemedicina se consolidou como uma tendência que veio para ficar, especialmente após a pandemia de COVID-19. A possibilidade de realizar consultas e acompanhamentos médicos à distância permite que os hospitais ampliem seu alcance, atendendo pacientes em locais remotos e reduzindo a pressão sobre os serviços presenciais. Além disso, a telemedicina pode reduzir custos operacionais, otimizar o uso de leitos e melhorar a acessibilidade ao atendimento de saúde.

Foco na Experiência do Paciente

Uma tendência crescente na gestão hospitalar é o foco na experiência do paciente. Os hospitais estão cada vez mais preocupados em proporcionar um atendimento mais humanizado e personalizado, o que envolve melhorar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes, criar ambientes acolhedores e fornecer informações claras sobre tratamentos. 

A satisfação do paciente se tornou um indicador-chave de desempenho, e os gestores estão implementando novas estratégias para melhorar a qualidade do atendimento e a experiência geral dos pacientes.

Sustentabilidade Ambiental

A sustentabilidade ambiental também está ganhando espaço na gestão hospitalar. Os hospitais estão buscando formas de reduzir seu impacto ambiental por meio de práticas ecologicamente corretas, como o uso de energias renováveis, a redução de resíduos hospitalares e a adoção de processos mais eficientes de uso de água e energia. Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, essas práticas também podem gerar economias significativas a longo prazo.

Medicina Personalizada

A medicina personalizada está transformando a maneira como os cuidados de saúde são oferecidos, ao adotar uma abordagem individualizada para o tratamento de cada paciente. Em vez de tratamentos padronizados para todos, a medicina personalizada leva em conta as características específicas de cada indivíduo, como seu histórico médico, condições genéticas, estilo de vida e preferências pessoais.

A medicina personalizada tem como base os testes genéticos, que examinam o DNA de uma pessoa para identificar variações que podem afetar sua saúde. Exemplos de aplicabilidade:
 
  • Oncologia: na oncologia, os testes genéticos são usados para detectar mutações ligadas ao câncer, o que possibilita tratamentos mais direcionados e a seleção de terapias específicas.
  • Farmacogenética: essa área adapta o uso de medicamentos conforme o perfil genético do paciente, ajustando doses e reduzindo efeitos colaterais.
  • Saúde cardiovascular: testes genéticos também podem revelar predisposições a doenças cardíacas, permitindo intervenções precoces e estratégias preventivas mais adequadas.


Dessa forma, a medicina personalizada tem se destacado como uma abordagem inovadora e promissora para o tratamento e prevenção de doenças.

Parcerias Público-Privadas (PPP)

As parcerias público-privadas (PPP) são uma tendência crescente na gestão hospitalar, especialmente onde os sistemas de saúde pública enfrentam dificuldades financeiras ou operacionais. As PPPs envolvem a colaboração entre o governo e empresas privadas para financiar, construir e administrar hospitais ou serviços de saúde. 

Essa parceria permite que o setor público se beneficie da expertise, eficiência e inovação do setor privado, enquanto continua a atender a população com serviços acessíveis.

Valor em saúde (Value-Based Healthcare)

O conceito de valor em saúde (Value-Based Healthcare) está ganhando destaque como uma alternativa aos modelos tradicionais de remuneração por serviços (fee-for-service), que incentivam o volume de atendimentos, mas nem sempre resultam em melhores desfechos clínicos. O modelo baseado em valor foca em melhorar os resultados para os pacientes ao mesmo tempo que otimiza os custos. O objetivo é oferecer melhores resultados clínicos, maior satisfação dos pacientes e eficiência no uso de recursos.

Nesse modelo, a remuneração dos hospitais e dos profissionais de saúde é vinculada aos resultados obtidos, como a redução de readmissões, a melhora nas condições de saúde do paciente e a qualidade do atendimento. Isso incentiva os hospitais a adotarem práticas que realmente agreguem valor ao paciente, como prevenção de complicações, uso mais eficiente dos leitos e monitoramento pós-alta.

A implementação desse modelo requer a medição constante de indicadores de desempenho e o desenvolvimento de mecanismos de avaliação da qualidade. Embora a mudança para o modelo baseado em valor possa ser desafiadora, os benefícios a longo prazo incluem um sistema de saúde mais eficiente e sustentável, com foco na qualidade, e não na quantidade de serviços prestados.

Uso de Wearables e Dispositivos Conectados

O uso de wearables e dispositivos conectados está se tornando uma prática comum na gestão de saúde. Dispositivos como smartwatches, monitores cardíacos e sensores de glicose oferecem uma maneira contínua e em tempo real de monitorar sinais vitais, o que pode ser extremamente útil para pacientes com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou para pessoas que precisam de acompanhamento médico constante.


Imagem: Shutterstock

Esses dispositivos permitem que os pacientes monitorem sua própria saúde fora do ambiente hospitalar, enquanto os dados coletados podem ser enviados diretamente para os médicos, que podem acompanhar o estado de saúde do paciente e intervir antes que ocorram complicações mais graves. O uso de wearables promove uma gestão mais proativa da saúde, focada na prevenção e no controle contínuo.

Além disso, com o acompanhamento de pacientes à distância, reduz a necessidade de visitas frequentes ao hospital, o que é valioso em áreas remotas ou em casos em que o paciente tem mobilidade reduzida. Para os hospitais, a adoção de wearables pode resultar em economia de custos, pois a gestão remota reduz a sobrecarga nas unidades de internação.


Este artigo pertence ao Curso de Gestão Hospitalar

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