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Texto Jornalístico

Os textos jornalísticos são aqueles veiculados pelos canais de comunicação como jornais, rádios e revistas. O principal objetivo deste tipo de texto consiste em transmitir uma informação ao leitor de forma íntegra. 

A história do texto jornalístico iniciou no papel, entretanto com o desenvolvimento de tecnologias, hoje, é possível acessar esse gênero textual com apenas um clique. Isto acontece, pois a maior parte das informações e acontecimentos podem ser adquiridos de forma quase que instantânea, através da internet. 

Além disso, é importante ressaltar que existem diferentes tipos de gêneros jornalísticos, sendo que cada um deles deve ser utilizado de acordo com a finalidade do redator. São eles a notícia, reportagem, editorial e a crônica. 

  • Notícia

Caracterizado por ser um texto curto e informativo, escrito de forma impessoal, normalmente utilizando a terceira pessoa.  As notícias possuem teor informativo e podem ser textos descritivos e narrativos ao mesmo tempo, apresentando os detalhes relevantes do acontecimento, as causas e as consequências dos fatos, como, onde e com quem aconteceu, e a sua possível repercussão na vida das pessoas.

A estrutura desse gênero jornalístico também possui uma característica própria. A primeira parte é composta pelo título principal, também denominado de manchete, e um título axial, que é um pouco maior e tem o papel de realizar um breve recorte do assunto tratado no texto.

A segunda composição da notícia é o Lide. Esta estrutura é o que chamamos de introdução do texto, e contém as principais informações do acontecimento, respondendo às perguntas: O Que? Quem? Quando? Onde? Como? Porque? 

Por último, mas não menos importante, existe o corpo da notícia. Nesta parte, o acontecimento será relatado com informações mais detalhadas de forma expositiva. 

Segue exemplo de notícia retirada do Canal G1:

Mais de 430 mil pessoas são afetadas pela chuva na Bahia; números de desabrigados e desalojados sobem

Segundo a Sudec, estado tem 16.001 desabrigados pelas chuvas, 19.580 desalojados, dois desaparecidos e 18 mortos. O órgão também informou que número de feridos não foi alterado.

Mais de 430 mil pessoas foram afetadas pela forte chuva que atingiu a Bahia, segundo informações da Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), divulgadas no início deste domingo (26). O número de desabrigados e desalojados também subiu. De acordo com a Sudec, o estado tem 16.001 desabrigados pelas chuvas, 19.580 desalojados, dois desaparecidos e 18 mortos.

A divulgação dos números ocorreu durante reunião de monitoramento e alinhamento, realizada na base de apoio às vítimas das chuvas, montada em Ilhéus, no sul do estado. O ministro da Cidadania, João Roma, contou que o Ministério da Saúde vai enviar mais de 90 médicos para a Bahia na segunda-feira (27).

"São ações que agregam Ministério do Desenvolvimento, através da Defesa Civil, da Cidadania, Ministério da Saúde, que está enviando mais de 90 médicos amanhã para a Bahia. O Ministério da Defesa, com utilização do Exército, Marinha e Aeronáutica, têm ajudado não só na logística, como nos equipamentos", disse João Roma.

O órgão também informou que o número de feridos (286) não foi alterado, em relação ao boletim anterior, por falta de informações atualizadas. A população total afetada é estimada em 430.869 pessoas.

Participaram da reunião o governador Rui Costa, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Adson Marchesini, o superintendente da Defesa Civil do Estado, coronel Carlos Miguel de Almeida Filho, e outras autoridades e representantes dos órgãos de apoio e socorro às cidades afetadas.

A Bahia tem, neste momento, 72 municípios em situação de emergência reconhecida. Até sábado (25), 25 cidades faziam parte da lista, mas neste domingo, o governador Rui Costa reconheceu outras 47 nesta condição. Do total, 58 delas estão também em situação de crise por causa das enchentes.

Fonte: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2021/12/26/mais-de-430-mil-pessoas-sao-afetadas-pela-chuva-na-bahia-n-de-desabrigados-e-desalojados-sobe.ghtml

  • Reportagem

É um tipo textual que se aproxima tanto do tipo informativo, como as notícias, como do tipo opinativo, como os artigos de opinião. De forma geral, a Reportagem é um tipo de texto que tem o intuito de informar ao mesmo tempo que prevê criar uma opinião dos leitores, dessa forma, a sua importância na sociedade é imensa, devido ao seu papel como formadora de opinião. 

A principal diferença entre a notícia e a reportagem está no fato do repórter ser a pessoa responsável por transmitir as informações acerca de um determinado acontecimento, conferindo-lhe também um juízo de valor. `Portanto, trata-se de um tipo textual tanto informativo, com o objetivo principal de informar as pessoas acerca do acontecido; como descritivo e narrativo, pois contém a descrição dos fatos; bem como opinativo, visto que o repórter apresenta o seu ponto de vista acerca do ocorrido.

Já em relação à estrutura textual, a reportagem e a notícia apresentam os mesmos três componentes estruturais. Sendo eles: o título principal e axial, o Lide e o corpo do texto.  Entretanto, a reportagem é mais ampla e menos rígida na estrutura textual e pode incluir as opiniões e interpretações do autor, bem como entrevistas, depoimentos e análises de dados.

Segue exemplo de reportagem do canal G1:

'Racismo é extremamente violento e está no nosso dia a dia', diz doutor em educação

Após morte de menino de 5 anos ao cair de prédio no Recife e de outros casos nacionais, procuradora federal e doutor em educação debatem formas de combater o preconceito racial.

Diante da repercussão sobre a morte de Miguel Santana da Silva, após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Recife, e do debate em torno do racismo no Brasil e no mundo, professores e militantes negros afirmam que o problema é estrutural. Entretanto, dizem que pode ser combatido através de diálogos, questionamentos e fortalecimento da autoestima de pessoas negras em relação à cor da pele.

“A gente tem que entender que o racismo é um sistema de opressão. Isso significa que eu tenho uma estrutura criada para que haja privilégios para um grupo e para que haja subalternização e desvantagens para outro grupo.

Não é algo individual, moral. Não tenho medo nenhum de dizer que, no Brasil, nós somos racistas em maior ou menor grau”, declarou a procuradora federal Chiara Ramos, militante contra o racismo.

Para o psicólogo e doutor em educação Hugo Monteiro, casos como o de Miguel e de João Pedro, menino morto dentro de casa durante uma operação policial no Rio de Janeiro, e de George Floyd, homem negro asfixiado por policiais nos Estados Unidos, mostram “nitidamente uma ideia de inferioridade em relação à posição étnica e racial dessas pessoas”.

Reportagem completa disponível em: 

  • Editoriais

O editorial é um texto de cunho argumentativo e optativo, que apresenta o ponto de vista de determinados grupos ou empresas, através da norma culta da língua portuguesa. Como nos outros tipos jornalísticos, o editorial também possui o objetivo de informar, contudo não possui a obrigação de ser neutro ou indiferente, já que o foco deste artigo é apresentar a opinião do redator ou do jornal responsável. Dessa forma é um texto que nem sempre é assinado. 

Confira um exemplo de editorial científico publicado pelo canal de notícias G1:

Mais uma do laboratório mundial do envelhecimento

Robôs controlados remotamente por pessoas com severas limitações físicas atendem os clientes de um café em Tóquio

Nesta última semana do ano, as colunas serão dedicadas ao futuro e às possibilidades (reais) de que a vida de todos nós possa melhorar. Em mais de uma ocasião, falei sobre o Japão como um laboratório onde são testadas soluções para os desafios do envelhecimento da população.

Na edição de 11 de dezembro, a revista britânica “The economist” foi além, enfatizando que, como os japoneses já lidam com problemas que ainda vão se abater sobre os outros países, todas as suas ações deveriam ser observadas de perto. São questões de grande porte, como o risco de desastres naturais se tornarem catástrofes, como o acidente nuclear em Fukushima depois de um tsunami; as agruras de ficar “espremido” entre Estados Unidos e China; e, claro, como garantir que a longevidade seja realmente um bônus, e não um ônus, para os cidadãos.

Poucos países têm investido tanto em robótica para contemplar as necessidades dos seres humanos. Essa é uma das boas histórias de fim de ano que tenho para contar. Em Tóquio, no café Dawn (Diverse Avatar Working Network), o público é atendido por robôs muito especiais. Na verdade, são controlados remotamente por pessoas com severas limitações físicas, como pacientes com esclerose lateral amiotrófica. Esses operadores, chamados de “pilotos”, estão em casa, presos a uma cadeira de rodas ou a uma cama, e acionam os robôs via mouse, tablet ou controle pelo olhar.

Veja o editorial completo em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2021/12/26/mais-uma-do-laboratorio-mundial-do-envelhecimento.ghtml

  • Crônicas Jornalísticas

A crônica é caracterizada por ser um texto tanto literário como jornalístico, abordando de forma descontraída situações que vivenciamos no nosso dia-a-dia. São conhecidos por serem textos curtos, de linguagem simples, que apresentam uma análise crítica sobre algum acontecimento ou circunstância. 

Famosa devido a grandes autores de referência no Brasil, como Clarice Lispector, Machado de Assis e Nelson Rodrigues. Os cronistas buscam transmitir uma história completa sobre o fato ocorrido, levando em consideração a opinião e o ponto de vista de quem está redigindo. 

Confira partes da Crônica Jornalística redigida por Clarice Lispector em 1962, após a morte de um assaltante fugitivo, denominado Mineirinho:

Mineirinho - Um gramo de radium

É, suponho que é em mim, como um dos representantes do nós, que devo pro­curar por que está doendo a morte de um facínora. E por que é que mais me adianta contar os treze tiros que mataram Mineirinho do que os seus crimes. Perguntei à minha cozinheira o que pensava sobre o assunto.

Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito, o mal-estar de não entender o que se sente, o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las. Fatos irredutíveis, mas revolta irre­dutível também, a violenta compaixão da revolta. Sentir-se dividido na própria perple­xidade diante de não poder esquecer que Mineirinho era perigoso e já matara demais; e no entanto nós o queríamos vivo.

A cozinheira se fechou um pouco, vendo-me talvez como a justiça que se vinga. Com alguma raiva de mim, que estava mexendo na sua alma, respondeu fria: “O que eu sinto não serve para se dizer. Quem não sabe que Mineirinho era criminoso? Mas tenho certeza de que ele se salvou e já entrou no céu”. Respondi-lhe que “mais do que muita gente que não matou”. Por que? No entanto, a primeira lei, a que protege corpo e vida insubstituíveis, é a de que não matarás. Ela é a minha maior garantia: assim não me matam, porque eu não quero morrer, e assim não me deixam matar, porque ter matado será a escuridão para mim.

Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro. Essa justiça que vela meu sono, eu a dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo. Nós, os sonsos essenciais.

Dessa forma, é possível perceber que independente do tipo de texto jornalístico, todos eles influenciam diretamente na nossa sociedade, exercendo seu papel através do jornalismo ético. 

Além disso, através do jornalismo podemos notar como a redação pode deixar de ser apenas um fardo, em exames e processos seletivos, para se tornar um objeto de valor. Existem profissionais realizados com o seu papel como redatores, e estes podem estar trabalhando em diversos tipos de textos, como os já vistos através deste módulo.

Agora, você está chegando ao final deste curso, e portanto deverá colocar em prática os conceitos aprendidos através da realização dos exercícios contidos no final deste livro. 


Este artigo pertence ao Curso de Técnicas de Redação

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