Assim como existem inúmeros tipos de superfícies e características, também existem distintas variedades de tintas que se diferem em termos de composição, viscosidade, aditivos e função.
Uma tinta nada mais é que um material cuja finalidade é revestir uma superfície específica garantindo proteção e qualidade estética ao ambiente. Toda tinta é composta por três componentes. São eles:
O pigmento, que consiste em uma substância de origem orgânica ou não, é capaz de conferir ao filme seco as propriedades de cor e cobertura. Normalmente esse primeiro componente tem uma natureza sólida e insolúvel, capaz de resistir a agentes químicos e à corrosão.
Quando adicionamos um determinado produto à tinta e esta muda de cor, estamos mexendo diretamente na estrutura do pigmento. Agora, quando falamos na adição de um outro pigmento à tinta, não necessariamente estamos realizando uma transformação na sua estrutura.
Na verdade, a mudança de cor pela adição de um segundo pigmento pode ocorrer por fatores cromáticos. Por exemplo: azul com amarelo gera a cor verde. Isto não está relacionado a um fator químico e sim a uma mistura de cores que gerou a cor secundária.
Além disso, é importante salientar que os pigmentos das tintas também são responsáveis por outras propriedades mecânicas, de opacidade, brilho, estabilidade ao calor, a reação por produtos químicos e a luz.
É possível encontrar pigmentos tanto de origem sintética, como de origem natural. Dessa forma, quando eles derivam de metais, a sua natureza consiste basicamente em pós metálicos de alumínio, cobre e bronze, por exemplo. Já os inorgânicos podem ser apresentados como compostos insensíveis, seja aos processos de corrosão, ou à exposição de altas temperaturas. De forma contrária, os pigmentos orgânicos, normalmente provenientes de plantas, são altamente reativos, por isso podem ser afetados facilmente pelas fontes de calor e temperatura.
Quando falamos de pigmentos naturais, estamos nos referindo a um composto químico que foi obtido através de fontes disponíveis na natureza. Ou seja, os metais também podem ser considerados pigmentos naturais. Esses pigmentos normalmente passam por um longo processo de purificação, derivados de moagem e peneiração.
Já os produtos sintéticos são aqueles desenvolvidos em laboratório e que são constituídos tanto por substâncias orgânicas, como por substâncias inorgânicas. Para isso, os cientistas realizam uma série de reações, gerando o pigmento como produto final.
Existem alguns pigmentos que são bastante comuns para a produção de tintas, são eles:
Branco : Óxido de titânio; Litopone; Óxido de zinco;
Amarelo e/ou laranja: Cromato de chumbo; Óxido de ferro amarelo; Amarelo de cádmio;
Azuis: Azul da Prússia; Azul de ftalocianina; Azul de ftalocianina;
Verde: Óxido de cromo verde; Misturas de amarelo e azul, como citado anteriormente sobre a mistura de pigmentos para gerar cores secundárias;
Vermelho: Vermelho de cloroparanitroanilina; Vermelho de toluidina; Litol rubine;
Marrom e seus subtons: Óxido de ferro marrom;
Preto: Negro de fumo; Óxido de ferro preto.
Muitas das cores obtidas nas tintas produzidas tratam-se de misturas dos químicos citados anteriormente, como o caso de cores secundárias, terciárias e quaternárias.
O segundo constituinte da tinta é o veículo. O veículo garante as principais características da tinta, sua aderência, resistência, prazo de validade, entre outros. De forma geral, o veículo é a substância química principal responsável por transformar a tinta em um pigmento capaz de transferir cor a outro objeto ou material.
Por este motivo o veículo também é removido através do processo de evaporação quando a tinta está passando pela secagem. O principal objetivo desse constituinte é garantir a formação da película sólida. Eles podem ter natureza volátil ou não volátil.
Quando os veículos são solventes e diluentes, dizemos que eles apresentam uma natureza volátil. Agora, quando estes são óleos e resinas, dizemos que a sua natureza não é volátil.
Mas o que isso significa?
Volatilidade é a medida referente a capacidade de uma substância química de passar de um estado para o outro em condições normais de temperatura e pressão. Ou seja, nas nossas condições ambientais.
Solventes é todo e qualquer líquido de característica volátil capaz de dissolver a resina, garantindo assim o aspecto líquido da tinta. Agora, quando nos referimos aos diluentes, estes são aditivos aplicados ao solvente com o objetivo de facilitar a utilização da tinta nas superfícies.
Os solventes mais utilizados para a pintura de superfícies são o thinner, a água e alguns solventes que possuem cloro em sua composição.
Agora, explicando acerca dos componentes não voláteis dos veículos, temos as resinas e os óleos. Os óleos, da tinta são bem parecidos com aqueles que utilizamos no nosso dia-a-dia, trata-se de uma substância com alta viscosidade, influenciando diretamente na estrutura e dissolução de componentes.
Já as resinas são componentes mais resistentes, elas conferem um aspecto similar ao plástico à tinta. Quando são produzidas as tintas impermeáveis, e laváveis como também podem ser conhecidas, as resinas são adicionadas em maior quantidade garantindo a impermeabilidade do material após a sua secagem na superfície.
Já os aditivos, compõem o terceiro e último constituinte das tintas. Eles são nada mais, nada menos, que substâncias químicas adicionadas à tinta com o objetivo de reprimir ou acentuar determinadas características.
Podem ser dispersantes, anti sépticos, fungicidas e entre outros. O segredo desses aditivos é entender qual o objetivo do cliente ao realizar a pintura da superfície.
Em superfícies hospitalares, por exemplo. As paredes devem apresentar um menor percentual de porosidade, facilidade de limpeza e características antimicrobianas. Isso acontece, pois é necessário garantir que a higienização do local seja realizada de forma eficiente, sem colocar nenhum paciente em risco.
Quais são as características desejáveis para uma tinta de qualidade?
A todo momento estamos falando sobre materiais e equipamentos de qualidade para que você possa exercer a sua função como pintor, garantindo uma trajetória de sucesso.
Para isso, você deverá conhecer as principais características que envolvem a produção de uma tinta de qualidade. Primeiramente, existem diversos tipos de tinta no mercado, como as tintas de látex, acrílica, esmalte sintético e textura. Entretanto, isso não significa que o padrão de qualidade dessas tintas deverão ser intensificados ou rebaixados por serem diferentes.
Na verdade, uma boa tinta é aquela que:
Possui fácil aplicabilidade: quando temos uma tinta muito consistente ou muito aguada para ser aplicada nas superfícies, acabamos gerando um processo de desperdício devido a dificuldade no manuseio do material. Por isso, é imprescindível que a tinta a ser comprada para aplicação na superfície consiga garantir boas referências de viscosidade.
Boa secagem: Uma tinta que demora muito tempo para secar acaba ficando suscetível a fatores externos, como o vento, a água e a danificação da textura. De forma geral, o tempo de secagem precisa ser o suficiente para garantir uma boa resistência ao material, bem como a economia de tempo do processo de prestação do serviço. Imagine se você tivesse que esperar uma semana inteira para realizar o retoque de uma pintura? Isso no mínimo afetaria o seu desempenho enquanto profissional, principalmente se este fosse autônomo.
Baixa toxicidade: a tinta não pode ser um material que apresenta graves riscos à saúde dos indivíduos que irão conviver naquele ambiente. É por isso que, além do padrão estético é muito importante que também estejamos atentos às reações químicas presentes no processo de mistura dos componentes.
Resistência e durabilidade: quando realizamos um processo de reforma, uma grande quantia de dinheiro é aplicada. Dessa forma, nenhum cliente deseja aplicar uma tinta de baixa qualidade que não terá a resistência necessária para permanecer com os padrões de qualidade estéticos. Além disso, lembre-se ainda que a tinta também é um importante componente na proteção das estruturas de construção.
Boa aderência a base: você com certeza deve se lembrar que há algum tempo atrás as pessoas utilizavam tintas que eram facilmente transferidas as nossas roupas e peles através do contato. Esse tipo de material apesar de parecer barato ao início, no fim, apresenta-se como grande desperdício de recursos, pois não é capaz de estabelecer uma boa aderência com a base do substrato. Uma tinta de boa qualidade é aquela capaz de se aderir à superfície ao qual foi aplicada sem a perda de suas características de resistência.
Estabilidade da cor: Outra questão importante é sobre a estabilidade da cor. O principal papel da tinta é garantir que o pigmento confira um valor estético ao local aplicado. Quando esse material é instável, isso pode acarretar na perda de pigmento, ou ainda na falta de homogeneidade após a sua aplicação. Esse processo é muito comum em tintas que estão passadas do seu período de validade, já que alguns componentes da sua estrutura passam a reagir de maneira diferente.
Neutralidade Química: imagine se no momento em que você estivesse lavando o piso da sua casa, a cor da superfície mudasse por um processo de reação química? Isso iria causar um efeito desagrável, e prejudicaria a resistência mecânica da estrutura.
Acabamentos
Para cada área e ambiente existem as especificidades indicadas. Por isso, cada um deles podem exigir tipos de acabamentos de tinta diferentes. E isso precisa ser feito não só por questão de estética, uma vez que escolher a textura ideal de uma superfície garante mais durabilidade ao serviço e menos problemas para o futuro.
Uma pintura de qualidade excelente, além de valorizar o espaço, demonstra o quanto o pintor preza pela qualidade final do seu produto, gerando satisfação ao cliente e a sua fidelização e indicação. Os acabamentos de em uma obra são essenciais para agregar valor e exteriorizar a personalidade daquele projeto.
A maioria dos acabamentos podem ser aplicados nos mais diversos ambientes, porém, o que se altera em alguns casos é o tipo da tinta que será utilizada para realizar essa finalização, ou pode acontecer também da mesma tinta servir para ambas as situações.
Conhecer o tipo da tinta e sua cor é primordial para essa etapa, já que o mercado apresenta uma diversidade de ambos e errar é muito mais fácil do que parece.
Sendo assim, o objetivo deste capítulo é adentrar nos conhecimentos sobre os acabamentos de pinturas em área externa e interna, bem como a importância de aplicar essas teorias na prática visando um trabalho profissional e de qualidade.
As paredes de área externa que estamos nos referindo nesse momento são aquelas visíveis pelo lado de fora do imóvel, exigindo alguns detalhes ou especificações por se tratar de paredes ou pisos que estarão em contato com atritos do vento e principalmente da chuva.
Para isso, possuímos alguns tipos de acabamentos mais utilizados em regiões externas, interna ou ambas, sendo eles:
1.Acabamento acetinado
O acabamento acetinado possui um brilho intermediário entre o fosco e o semibrilho. As pessoas optam por esse tipo de finalização principalmente para disfarçar as imperfeições da parede, uma vez que seu brilho é discreto, e causar um requinte e sofisticação já que é um acabamento fino, sendo os preferidos dos arquitetos.
Ele também é escolhido pelos indecisos que não sabem exatamente se querem um acabamento completamente fosco ou com mais brilho, optando assim pelo meio termo entregado pelo acetinado. Ela também se mostra entre essas duas quando se fala de limpeza, a higienização dela não é tão fácil quanto uma brilhosa, mas com certeza é mais simples do que o acabamento fosco.
Para áreas externas, é indicado o uso da tinta esmalte por possuir características impermeabilizantes e alta durabilidade.
Para área interna ou externa, o acabamento utilizando a tinta acrílica é bastante utilizado pelas suas características vantajosas de facilitar a lavagem, não possuir cheiro intenso e uma secagem rápida, e além disso, as acrílicas especiais possuem características antifúngicas que é essencial para os locais úmidos e propícios a gerarem mofos.