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A Importância da Gestão Holística no Turismo

A questão ambiental induz transformações teóricas para o desenvolvimento do conhecimento em diversas disciplinas científicas, exigindo uma integração de conhecimentos e uma totalização do saber, de forma sistêmica, holística e interdisciplinar.

A ideia de desenvolvimento sustentável como uma visão holística implica em mudanças fundamentais nos níveis de estruturas social, econômica, política e cultural, que significa reestruturação fundamental da presente sociedade. Desta forma, proponentes e analistas de desenvolvimento sustentável devem compreender as múltiplas dimensões da sustentabilidade e tentar desenvolver medidas, critérios e princípios para elas.

O referencial de análise para o desenvolvimento sustentável deve ser holístico porque requer uma observação do comportamento da totalidade que envolve interações complexas entre os sistemas sociais, econômicos e ambientais.

A falta de bases epistemológicas sólidas para pensar as condições de articulação das ciências e dos processos transdisciplinares, nos quais se difundem e se (re)trabalham as noções, conceitos e métodos das ciências, gerou uma demanda de unificação terminológica na temática ambiental. Esta exigência manifesta-se como uma necessidade de estabelecer uma “comunicação interdisciplinar” por meio de conceitos unívocos. 

Ressalta-se assim, a necessidade de pensar as condições teóricas e estabelecer métodos que orientem as práticas da interdisciplinaridade. A questão ambiental impulsionou a emergência de novos campos do saber onde se articulam certas disciplinas teórico práticas, bem como a construção de objetos interdisciplinares de conhecimento.

As diferentes percepções da problemática ambiental geram demandas diferenciadas de conhecimentos teóricos e práticos. É preciso estudar os efeitos da problemática ambiental sobre as transformações metodológicas, as transferências conceituais e a circulação terminológica entre as diferentes disciplinas que participam na explicação e diagnóstico das transformações sócio-ambientais.

Como um processo holístico, o desenvolvimento sustentável requer uma união dialética indissociável entre teoria e prática. A aplicação prática de princípios e estratégias do desenvolvimento sustentável apresenta-se mais complexa e difícil que a simples incorporação de uma dimensão ambiental dentro dos paradigmas econômicos, dos instrumentos do planejamento e das estruturas institucionais que sustentam a racionalidade produtiva prevalecente.

Estas considerações mostram a necessidade de novas práticas de uso integrado dos recursos, gerando uma reflexão sobre as bases epistemológicas para pensar a articulação das ciências e a produção de conhecimentos requerida pela teoria das relações sociedade-natureza. O alcance dos propósitos do desenvolvimento sustentável e igualitário exige então um trabalho teórico e a elaboração de estratégias conceituais para a construção de uma racionalidade ambiental.

A transposição dos princípios norteadores de sustentabilidade, da teoria à prática, e a operacionalização do conceito de desenvolvimento sustentável tem representado um grande desafio para as diversas áreas de conhecimento, no sentido de implementar iniciativas e ações que gerem, simultaneamente, uma maior equidade social, um nível elevado de conservação ambiental e uma maior racionalidade (eficiência) econômica. O desenvolvimento sustentável busca responder a cinco amplas exigências:

  1. integração da conservação e do desenvolvimento;
  2. satisfação das necessidades básicas humanas;
  3. alcance da equidade e social justiça;
  4. provisão da autonomia social e da diversidade cultural;
  5. manutenção da integridade ecológica. 
As estratégias conceituais para gerar os instrumentos teóricos e práticos na gestão ambiental do desenvolvimento sob condições de sustentabilidade e equidade não podem surgir dos paradigmas econômicos dominantes e das práticas tradicionais do planejamento.

Nas últimas décadas, têm se produzido mudanças na contextualização do desenvolvimento econômico, reconhecendo-se a importância dos sistemas produtivos locais nos processos de mudança e crescimento e se estabelece a importância do território como um papel ativo. Esta mudança nas teorias de desenvolvimento econômico tem dado lugar à formação de um novo paradigma conhecida como desenvolvimento endógeno.


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