DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE INFANTIL E ADOLESCENTE
Como o excesso de peso é diagnosticado:
▪ Histórico familiar, evolução do peso, hábitos alimentares e fatores sociais, ambientais e psicológicos.
▪ Perímetro abdominal.
▪ Determinação da tensão arterial, dos níveis sanguíneos de lipídios e de glicose.
▪ Peso, altura: cálculo do índice de massa corporal (IMC).
Diagnóstico da obesidade infantil
O diagnóstico da obesidade é clínico, pois é feito com base na história, no exame físico e em dados antropométricos. Outros exames podem ser feitos para averiguar causas secundárias e diagnosticar repercussões metabólicas mais comuns da obesidade, entre as quais estão: dislipidemia, alterações do metabolismo glicídico, hipertensão arterial, doença hepática gordurosa não-alcoólica, síndrome da apneia obstrutiva do sono e síndrome dos ovários policísticos.
Anamnese
Durante a anamnese, entrevista em que o médico irá realizar para entender o ponto inicial da obesidade, há fatores específicos para averiguar quando se trata de crianças e adolescentes:
▪ História da obesidade:
Idade de início, relação com fatores desencadeantes, tentativas anteriores de tratamento e percepção da família quanto ao problema.
▪ Antecedentes pessoais:
Alto ou baixo peso ao nascer, ganho de peso acentuado no primeiro ano de vida e uso de medicamentos (anti-histamínicos, corticosteróides, imunossupressores, entre outros).
▪ Antecedentes familiares:
Serve para averiguar a obesidade e a doença cardiovascular precoce. Devido à alta prevalência dessas doenças na população adulta, os antecedentes devem ser investigados em todas as famílias, independentemente da condição nutricional da criança. Considera-se risco cardiovascular familiar se houver em pais, avós, tios e tias história de doença cardiovascular antes dos 55 anos de idade para os homens e dos 65 anos de idade para as mulheres. Também devem ser incluídas informações sobre obesidade, hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes e tabagismo.
▪ Uso de drogas e/ou álcool (1 g = 7 kcal) e tabaco:
Para obter essa informação de forma fidedigna, é importante que o adolescente esteja confiante e à vontade no momento da consulta, muitas vezes sem a presença da família.
▪ Antecedentes alimentares:
Tempo de aleitamento materno (a cada 3,7 meses no tempo de aleitamento materno total há uma redução de 6% do risco de desenvolvimento de obesidade).
Além disso, deve ser investigada a introdução da alimentação complementar e seus aspectos quantitativos e qualitativos.
▪ Hábitos alimentares:
Tais dados são obtidos com base em informações sobre o dia alimentar habitual e/ou pelo recordatório de 24 horas, além da frequência de consumo de alimentos. É possível ampliar a qualidade da anamnese nutricional com a participação de um nutricionista. Deve-se investigar também a dinâmica da refeição: onde é realizada, se com ou sem a presença de pais e irmãos, em que ambiente, horários, intervalos, o tempo gasto, se ocorre repetição, se há ingestão concomitante de líquidos e como é a mastigação.
▪ Comportamento e estilo de vida:
Deve-se avaliar o comportamento com familiares e colegas da escola, bem como o rendimento escolar.
Deve-se lembrar que são cada vez mais frequentes distúrbios psicossociais como ansiedade, compulsão e depressão. Por isso é importante pesquisar como o paciente vai para a escola, a periodicidade e duração das atividades físicas curriculares e extracurriculares que ele realiza, o tempo gasto com televisão, videogames e computadores e quais são as brincadeiras e atividades que ele prefere.
Também, deve-se avaliar dados complementares como:
▪ Respiração oral, roncos, parada respiratória noturna, sibilância e fadiga ao esforço.
▪ Lesões de pele.
▪ Dor ou edema em articulações.
▪ Dor abdominal, retroesternal e hábito intestinal.
▪ Alterações menstruais.
▪ Alterações comportamentais.
Este artigo pertence ao Curso de Obesidade na Infância e na Adolescência
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