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História das Unhas Decoradas

Como todas as técnicas desenvolvidas pelos humanos, as unhas decoradas também possuem um contexto histórico e, por isso, é importante que sejam analisadas e comparadas com o nosso momento de aprofundamento e estudo.

Pode parecer falácia, mas o ato de decorar unhas é muito mais antigo, surgiu antes da criação de uma porção de coisas, como a lâmpada e o papel por exemplo.

Em certos momentos, a história da decoração das unhas se confunde com o início da esmalteria no mundo, e de fato, para o primeiro ser implementado os esmaltes precisavam ser inventados primeiramente.

Aqui podemos entender que todos os povos em todas as épocas possuem alguma ligação com a decoração de unhas em determinado período da história, e por isso vamos entender um pouco dessa linha do tempo:


5.000 aC

Tudo indica que o tingimento básico nas unhas começou na Índia, as indianas utilizavam o sumo da Lawsonia inermis (planta da família das litráceas), conhecido popularmente por nós como Hena, que extraíam para pintar os dedos e as unhas de laranja, amarelo e tons amarronzados de forma geral.

Essa prática de tingimento de dedos e unhas era associada a luxo e riqueza para elas na época.

Na mesma época, arqueólogos identificaram múmias egípcias com unhas douradas e pontas dos dedos tingidas por hena, as mulheres do antigo Egito também tratavam a tintura como algo atrelado a sua alta posição social. Somente quem pertencia à realeza usava cores chamativas e vibrantes, a desobediência dessas ordens era passível de punição severa, e até mesmo à morte. Acredita-se que Cleópatra, última rainha do Egito, e Nefertari, também rainha egípcia, tinham preferências pelos tons vermelhos como o carmesim e o rubi.


Imagem Interna


3.000 aC
Neste momento da época, os chineses inventaram o primeiro esmalte, ele era feito com uma mistura resultado da união da goma-arábica, gelatina, tintas, cera, clara de ovos e por fim os vegetais. Para essa mistura era preciso incluir pétalas de rosas e orquídeas esmagadas com o intuito de obter certa coloração rosa ou avermelhada. Vale ressaltar que o momento do dia que o esmalte era aplicado influenciava no seu resultado final, colocado durante a noite a produção do efeito pigmentado era diferente, sendo preferível.

No caso dos chineses, além das unhas pintadas, como acontecia no Egito, o tamanho também era sinal de nobreza. Unhas compridas pertenciam apenas àqueles que possuíam riquezas.

Unhas pintadas não eram somente sinônimo de delicadeza e feminilidade, os guerreiros pintavam as unhas de preto em demonstração de coragem e poder antes das batalhas.

Já em 3.500 aC era considerado "moda" unhas bem polidas e alinhadas.

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6.000 aC
Ainda falando sobre os chineses, durante a dinastia de Chou os aristocratas exibiam ainda exibiam unhas grandes, porém dessa vez utilizando as cores douradas e prateadas.

As pontas das unhas eram decoradas com pedras preciosas e possuíam o objetivo de proteger e trazer luxo e nobreza para a pessoa, como mostra a imagem anterior.

Com a popularidade das unhas coloridas e decoradas, existiam cores para diferenciar as mulheres da nobreza das mulheres comuns da sociedade. Inicialmente as mais nobres sempre utilizavam dourado ou prateado, mas com o passar dos tempos a cor preta e vermelha passou a predominar as unhas das mulheres mais ricas e nobres. Enquanto as cores consideradas mais impactantes e que remetiam ao brilho do ouro e prata pertenciam às mais ricas, o resto da sociedade deveria se contentar com cores mais claras e "sem vida". Caso o contrário acontecesse, as mulheres que utilizavam as cores reais eram penalizadas e até mortas.

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0 - 1.800 dC
Após grande uso pelas nobres e plebeias, o ato de pintar as unhas decaiu e ficou durante um bom tempo em desuso e considerada “coisa do passado”, afinal era a Era das trevas! As unhas femininas deveriam ser curtas e um pouco arredondadas, ou seja, precisavam ser discretas. Em certos momentos, eram perfumadas com óleo vermelho e polidas com couro macio.

Durante a Renascença, a velha tradição de fazer as unhas, dita como ultrapassada, voltou à moda também entre as ricas mulheres da Europa, mas não era algo frequente uma vez que elas sempre evitavam qualquer tipo de pigmento.

Neste período, um avanço benéfico foi inventado: os Incas implementaram as “unhas artísticas” muito comum nos dias de hoje, eles decoravam as unhas com imagens de águias, até consideradas complexas de reproduzir nas unhas.


Imagem Interna




1800 - 1900
Na era vitoriana, era usado apenas um simples óleo de tom vermelho claro polido com camurça. Esse estilo minimalista foi, em parte, devido aos ideais de beleza interior (intencionalmente transparente), higiene física e pureza moral. A educação da etiqueta da época recomendava suco de limão e vinagre para clarear as pontas das unhas, já que branco e limpo era considerado puro.

Para dar forma às unhas, era comum usar tesouras e limas metálicas. Quando chegava a hora de polir eram usados cremes colorantes. Um modelo precursor de esmalte de unha já era utilizado na época, este era aplicado com um pincel de pêlos de camelo, porém, não durava mais que um dia nas unhas.

E a partir dessa época foi agregado muitos conhecimentos e invenções para este mercado que começou a surgir:

1830 - Na Europa,o Dr. Sitts desenvolve o primeiro instrumento de manicure, muito utilizado até hoje: o conhecido Pau de Laranjeira. Com este instrumento, a cutícula podia ser empurrada gentilmente para a parte de dentro, sem machucar a pessoa. Este foi um grande avanço, já que anteriormente a cutícula era removida com todo tipo de metal, tesouras e até mesmo ácidos.

1892 - A sobrinha do Dr.Sitts, também agregou conhecimentos para essa área assim como seu tio, apresentando um novo método de cuidados para unhas e iniciou conferências e palestras sobre como tratar a cutícula e as unhas. E com isso, nasceram os primeiros salões de manicure.

1910 - Neste ano foi fundada a primeira empresa de produtos voltados para a manicure em Nova York, a Flowerey Manicure Products. A empresa produzia um tipo de lixa metálica que se tornou um produto básico para o tratamento de manicure, o famoso Emery Board.

1914 - Uma mulher, Ana Kindred, registrou em Dakota do Norte, estado norte americano, a patente para a proteção das unhas. Uma cobertura que prometia proteger as unhas dos operários dos desgastes dos agentes químicos com que trabalhavam.

1917 - A Vogue, revista americana de moda, publica o anúncio “Não corte a cutícula, use a técnica Simplex, de Home Manicuring”. No conjunto incluía um removedor de cutículas, um polidor de unhas, um esmalte de unha, uma caneta branqueadora de unha, uma lixa (de papelão) e um folheto com instruções de como fazer as unhas na sua própria casa, e com esse anúncio as vendas do kit aumentaram bastante.



1920
A era irreverente dos anos 20 revigorou a cena das unhas com o vermelho old-school (vermelho bem escuro), assim como a manicure meia lua, técnica exemplificada na imagem direita abaixo:

 


1925 - Em 1925 foi o ano de lançamento do primeiro esmalte de unha: transparente e em tom rosado. Ele é aplicado utilizando a técnica “meia lua”  e a ponta das unhas ficavam sem esmaltes. Nessa época, era altamente proibido mulheres de reputação usarem esmaltes muito chamativos, de cores fortes e intensas.

1927 - Uma fábrica americana, Max Factor, lança o “Max Factor’s Esmalte para Unhas”, em um pote metálico com um pó de coloração bege este deveria ser espalhado sobre as unhas com algum tipo de pincel. Com isso, as unhas começaram a ganhar mais brilho e algumas cores.

1929 - Neste ano, esmalte com perfume é lançado, e o que deveria ser um grande acontecimento se tornou um fracasso, já que  teve baixa popularidade e aceitação, possuindo vida curta nas prateleiras dos mercados.



1930 
Divas do cinema, como Rita Hayworth e Gloria Swanson, promovem o uso de esmaltes nas telonas e na vida real. Sua utilização volta a ser associada ao lado sofisticado e elegante, despertando a pintura das unhas com vários tons de vermelho.


1932 - a Revlon nasce lança a sua primeira linha de esmaltes, essa cartela de cores era variada e nunca vista antes. Era possível estar na moda de forma atual e econômica durante a Grande Depressão da época. Além disso, a marca também lançou a tendência de utilizar a mesma cor das unhas nos lábios 
Inspirado nas tintas automotivas, o maquiador francês Michelle Menard teve a ideia de usar cores mais consistentes e sólidas ao invés de somente tingir as unhas. A partir daí, os irmãos Revlon e o químico Charles Lachman criaram o esmalte que conhecemos atualmente.

1934 - o dentista Maxwell Lappe criou o primeiro estojo de unhas postiças voltado, inicialmente,para os pacientes que roíam unhas. Neste mesmo ano, Anna Hamburg, da Califórnia, patenteia uma unha colorida artificialmente que pode ser facilmente aplicada e removida sem danificar a unha natural.



1955
Outro dentista, Frederico Slack, que após tentar reconstruir uma unha quebrada com acrílico, acidentalmente inventou o que hoje conhecemos como as extensões de acrílico para unhas.



1970
Neste momento se dá início à década dos esmaltes sintéticos. No Brasil, Paulo e Edison Scroback fundaram a Impala, em São Paulo, que é uma empresa brasileira de esmaltes que possui especialidade no tratamento e beleza das unhas. A prática de aplicar longas unhas falsas tornou-se generalizada e para corresponder a demanda, o número de salões cresceu muito, e com isso a mão de obra precisou ser aumentada e qualificada.

1976 -  O norte americano Jeff Pink criou a famosa francesinha, perfeita para as estrelas de Hollywood e futuramente muito utilizada pelas noivas.



1980
Neste ano finalmente surge a profissão de manicure! Desde essa época o crescimento e popularização aumentou e segue aumentando muito. 



1990 
Os anos 90 chegaram e trouxeram consigo o minimalismo, cores tradicionais como vermelho, rosa e nude voltaram à moda. Isso quer dizer que a elegância não está focada apenas nas cores fortes como o vermelho, dando oportunidade para as cores mais neutras como o nude.


2000 
Finalmente os anos 2000! Com texturas modernas, enfeites e brilhos, as unhas passaram de simples para algo mais incrementado. Houve um nível de interesse sem precedentes nas unhas artísticas, assim como na indústria das unhas. 

Hoje, mãos bem feitas não é apenas uma questão de higiene e boa aparência, mas também um acessório chave na hora de compor um look, além de refletir a personalidade e o estado de espírito de cada um.




Este artigo pertence ao Curso de Unhas Decoradas

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