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O entrevistador

O entrevistador de uma empresa é um profissional chave no setor, tendo em vista a sua importância no momento da seleção. Escolher quem são as pessoas que compõem o quadro de funcionários de uma organização demanda uma responsabilidade muito grande, por isso, existem algumas exigências nessa função.

O papel do entrevistador está em torno da avaliação da personalidade, motivação e caráter do candidato. Nessa realidade não tangível, o entrevistador precisa utilizar metodologias que permitam uma maior assertividade no momento da decisão.

Além das técnicas que são amplamente descritas nas bibliografias sobre o processo de seleção, o entrevistador precisa ter as seguintes atitudes:

  • Tratar com igualdade todos os candidatos, adotando uma atitude imparcial;
  • Saber escutar o candidato sem interrupções abruptas que gerem constrangimento;
  • Realizar perguntas pertinentes ao cargo, sem intromissões indevidas;
  • Estar atento ao comportamento físico do candidato;
  • Saber gerenciar o sentimento de rejeição ou aceitação de um candidato, para não expressar isso externamente.

Interferências pessoais mais comuns numa entrevista

O entrevistador além de profissional, também é um ser humano, com isso, podem existir algumas interferências intrínsecas à natureza do homem. Nesse sentido, interferências pessoais podem ocorrer no momento da entrevista, o que pode gerar certos problemas na eficiência da entrevista.

Usualmente, as principais interferências pessoais que podem ocorrer são:

  • Influência por afinidade

Quando o entrevistador possui algo em comum com o candidato, como hobbies ou atitudes, é fácil se deixar levar pela intimidade e perder um pouco o foco da entrevista. Nesse cenário, é possível que ocorra a negligência durante a entrevista, de modo a beneficiar o candidato de alguma forma. Outro caso dentro dessa situação é quando o entrevistado tem características e escolhas diferentes do entrevistador, e este vê o candidato com um olhar negativo.

  • Primeiras impressões

A frase “a primeira impressão é a que fica” é bastante utilizada no contexto de seleção. Isso porque é muito comum que essa primeira impressão cause interferências diante a análise por parte do entrevistador.

Assim, o entrevistador pode criar uma imagem definitiva do candidato justamente pelas primeiras opções causadas pelo candidato. Nesse contexto, a entrevista pode se dar enviesada a partir da tendência do entrevistador em buscar informações sobre essa impressão inicial.

  • Efeito halo

O efeito halo é a generalização errônea do perfil de um candidato a partir de uma única característica. Então, por exemplo, se um candidato tiver um comportamento mais introvertido, pode haver o julgamento por parte do entrevistador que aquele candidato não seria bom para lidar com pessoas.

  • Urgência

A urgência para preencher uma vaga costuma reduzir os padrões de admissão de uma empresa para conseguir mais candidatos. Entretanto, esse erro pode ter reflexos desastrosos para o futuro da empresa, visto que o cargo pode ser ocupado por um candidato que não contém competência suficiente para lidar com as atividades requisitadas.

  • Efeito de contraste

Após uma série de entrevistas mal sucedidas, o entrevistador pode se deparar com um candidato que está abaixo da média, mas acima dos anteriores e nessa situação esse candidato é contratado. Em um outro cenário, com certeza esse candidato não seria contratado, entretanto, em um cenário péssimo, contratar um profissional como esse seria a opção mais razoável.

Dicas de entrevista para o recrutador

Tendo em vista o nível de abstratividade do processo, a entrevista pode ser um desafio para os profissionais que estão à frente dessa atividade. Apresentamos até aqui os principais pontos de abordagem em uma entrevista e possíveis interferências que podem ocorrer no desenrolar dessa atividade.

Entretanto, absorver somente essas informações pode deixar algumas brechas de como agir na prática, quando o candidato estiver de frente para você. Por isso, separamos algumas dicas de ouro para que você aja como um entrevistador que terá sucesso em seus resultados:

  • Planeje as perguntas que serão feitas no momento da entrevista;
  • Conheça plenamente as atribuições do cargo para explicar de forma realista as atividades rotineiras para o candidato;
  • Tenha um raciocínio rápido durante a entrevista e utilize uma percepção aguçada para compreender o entrevistado através do comportamento corporal;
  • Elimine qualquer tipo de influência negativa, como preconceitos religiosos, de cor, etnia ou orientação sexual;
  • No momento da entrevista, deixe de lado os problemas íntimos e opiniões particulares;
  • Não faça julgamentos sem fundamento para pressionar o candidato;
  • Conheça previamente os dados do entrevistado para que as perguntas estejam adequadas ao perfil do candidato;
  • Deixe o entrevistado confortável, pois em momentos como esse, é normal tensões iniciais. Contudo, não permitir divagações ou perda de foco na entrevista;
  • Faça perguntas que gerem respostas mais completas, para que o candidato vá além do “sim”, “não”, “talvez”;
  • Não tome o protagonismo da entrevista para si! Esse é o momento do candidato falar, logo não se exceda falando mais do que 10% do tempo total da entrevista.

Controle da Entrevista

Mesmo que a entrevista consista em um momento de espontaneidade, é importante que o entrevistado gerencie o tempo, para evitar que algum aspecto que amplamente abordado em detrimento de outros.

Nesse sentido, o entrevistador deve realizar uma entrevista dirigida, de modo a estabelecer um tempo médio de abordagem para cada bloco de informações que se deseja saber. Essa divisão pode variar bastante, a depender do cargo em que se está concorrendo e a quantidade de candidatos que precisam ser entrevistados.

Entretanto, de forma geral, é possível estabelecer os seguintes parâmetros de tempo:

  • Entrevista preliminar: As entrevistas de triagem podem ter cerca de 5 minutos.
  • Entrevista simples: Em média, trinta minutos de duração são suficientes para candidatos de nível médio.
  • Entrevista complexa: Para cargos gerenciais, recomenda-se um tempo de noventa minutos para uma entrevista psicológica.


Este artigo pertence ao Curso de Recrutamento e Seleção

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