A história da Confeitaria
A palavra confeitaria é proveniente do latim “confectum”. Seu significado é “aquilo que é confeccionado com especialidade”. O dicionário descreve a confeitaria como a atividade de se fazer confeitos ou o local onde eles são feitos.
Nada mais é do que uma preparação doce, feita de forma especializada para agradar o paladar do cliente.
O consumo de alimentos doces perpassa a história da humanidade desde as antiguidades com os frutos adocicados ressecados (com o damasco e pêssego), mel, bebidas adocicadas como o hidromel, até a criação do açúcar, chocolate e dos doces como conhecemos hoje. Existem relatos que na pré-história já existiam pratos mesclados com frutos e mel, e que no continente asiático já se era comum utilizar o caldo da cana-de-açúcar em suas bebidas.
No mundo, os grãos têm sido essenciais para a alimentação e nutrição dos povos. Os contos são que durante a pré-história, foi criado o primeiro pão através de grãos triturados, acrescentados de água e levado ao fogo. Assim seguiu pela Roma e pela Idade Média, onde surgiu a profissão de padeiro, que eram aqueles profissionais responsáveis pela produção de pães, muitas vezes recheados com mel e frutas para grandes festividades como o Natal e casamentos da nobreza.
Um grande acontecimento que marcou a história mundial da confeitaria foi o casamento no século XVI do rei da França Henrique ll e Catarina de Médicis. Onde a futura rainha, promoveu grande avanço da gastronomia francesa através da recomendação em utilizar o açúcar em substituição ao mel, expandindo a hoje famosa gastronomia francesa e elevando a produção de açúcar mundial, pois, até o momento o açúcar era uma iguaria de grande valor trazida das expedições às Índias.
Assim, os confeiteiros se desvincularam dos padeiros, criando essa nova especialização. É inegável a influência da pâtisserie francesa na confeitaria brasileira e mundial através dos seus doces refinados e modernos como profiteroles, macaron, crème brûlée e outros.
No Brasil, a produção de açúcar teve grande importância na economia e expansão do país na época do Brasil colônia. Com o surgimento das confeitarias no Rio de Janeiro (capital do Brasil na época), houve um grande desenvolvimento social e industrial. Essas confeitarias eram os locais para as produções e vendas de doces em sua maioria de origem portuguesa, entretanto, com o passar dos anos e a influência da cultura de negros e povos indígenas escravizados, foram implementados elementos de sua culinária como frutas, sementes e técnicas. Dessa forma, foi se moldando o paladar e costume alimentar da população brasileira.
Em relação ao chocolate (um dos elementos centros da confeitaria) existem relatos que as tribos maias e incas já produziam este produto, inclusive, o cacau era utilizado em diversas festividades da época. Nesse caso, as sementes do cacau eram misturadas a pimenta e ao milho, tendo sabor amargo, e para grandes líderes e guerreiros da tribo eles eram mesclados ao mel e à baunilha.
Com o passar dos anos e a chegada dos navegadores espanhóis ao México, o cacau e o chocolate foram ganhando fama. Ele era reservado apenas para os nobres e pessoas de mais alto título, pois tinha a fama de possuir poderes afrodisíacos. O seu cultivo se espalhou por toda América Central e América do Sul.
A forma de se produzir um bom chocolate foi tomado dos povos astecas à força, através da invasão e colonização do México pela a Espanha. Com isso o chocolate ficou confinado por vários anos à corte espanhola em grande segredo. No Brasil ele surgiu por meio do comércio com a Europa.
Através da revolução industrial entre 1760 e 1840, o grande avanço possibilitou a produção em massa do chocolate e o seu acesso às várias camadas sociais, além da produção de alguns produtos derivados do cacau, como a manteiga de cacau, e daí em diante, o chocolate foi sofrendo mudanças, acrescentado de ingredientes diversos, porcentagens de cacau/manteiga, até chegarmos ao chocolate que consumimos hoje.