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Alterações Fisiológicas do Envelhecimento

O envelhecimento é um processo biológico normal, entretanto, o organismo que envelhece apresenta diversas modificações fisiológicas, que difere de uma pessoa para outra, mas que necessitam ser conhecidas, a fim de que possamos diferenciar os padrões normais do envelhecimento (senescência) da senilidade (envelhecimento associado a doenças), abaixo vamos te apresentar as alterações fisiológicas comumente encontradas em pessoas idosas.

Composição corporal

A composição do corpo é uma das alterações mais notáveis durante o processo de envelhecimento, uma vez que a gordura corporal aumenta, principalmente a gordura visceral (gordura presente no abdômen, entre os órgãos) e a massa muscular diminui. Isso pode afetar significativamente a qualidade de vida do idoso, visto que a perda muscular pode levar a um quadro chamado de sarcopenia, que é definida pela redução da massa, força e função muscular, o que reduz a mobilidade e aumenta o risco de quedas.

Paladar e olfato

O paladar e o olfato são dois dos nossos órgãos do sentido, e, com o avanço da idade, pode haver perdas de sensibilidade a sabores e odores em diferentes graus. Entretanto, como o paladar e o olfato são órgãos do sentido importantes para a nutrição, visto que estimulam a alimentação, uma alteração destes sistemas pode levar a escolhas inadequadas e ingestão reduzida de alimentos.

O paladar pode sofrer com uma alteração chamada de disgeusia, que é uma condição que altera o sabor dos alimentos. Já o olfato com uma condição denominada de hiposmia, que consiste em uma redução do sentido do olfato.

Visão

A degeneração de algumas estruturas dos olhos pode acontecer durante o envelhecimento, afetando a visão e podendo levar a cegueira. A dificuldade para enxergar pode interferir nas atividades da vida diária, incluindo na alimentação, visto que dificulta a realização de compras e preparo.

Sistema imunológico

Com o envelhecimento, a resposta do nosso sistema imune se torna mais lenta e menos eficiente, o que contribui para o aumento de infecções e até mesmo na taxa de câncer, e, o adoecimento recorrente pode levar a ingestão alimentar insuficiente.

Oral

Uma saúde oral comprometida pode prejudicar o consumo alimentar, pois, com o avanço da idade, frequentemente existe perda de unidades dentárias, necessidade de uso de dentaduras, cáries, infecções, redução da produção de saliva, o que resulta em uma condição chamada de xerostomia (boca seca), que acaba por interferir na mastigação e deglutição do idoso. Além disso, a redução na sensibilidade do paladar, associada a diminuição da secreção de saliva tornam a alimentação menos prazerosa e cada vez mais difícil. Ademais, o próprio uso diário de diversas medicações pode levar a xerostomia.

Figura 2: Xerostomia (boca seca).



Trato digestório

Além das alterações orais, pode haver mudanças relacionadas a idade ao longo do trato gastrointestinal, que afetam negativamente a ingestão e absorção de nutrientes. As pessoas idosas podem sofrer com um distúrbio chamado de disfagia, que é uma disfunção no momento da deglutição de alimentos, onde o indivíduo não consegue deglutir (engolir) adequadamente ou consegue com muito esforço. Esta alteração aumenta o risco de broncoaspiração (quando os alimentos “caem” nos pulmões e não no estômago), causando pneumonia e até mesmo óbito.

O estômago sofre com redução da função da mucosa gástrica, com menor resistência a danos, como úlceras e infecções. Ademais, produz uma menor quantidade de ácido clorídrico (HCL), o que impacta na absorção da vitamina B12 e surgimento de anemia megaloblástica devido a esta deficiência, além da interferência na absorção de ferro não-heme, em virtude da secreção menos ácida. Ainda pode haver redução do esvaziamento gástrico de uma refeição, onde o idoso tem a sensação de saciedade por um tempo maior.

Já a nível intestinal, os idosos também podem ter constipação (“prisão de ventre”), caracterizada por redução dos movimentos intestinais, onde há a necessidade de maior esforço para a evacuação, podendo resultar em dor, fezes endurecidas e esvaziamento incompleto do intestino. Isso acontece porque os idosos tendem a ingerir menor quantidade de líquidos (pois o idoso também apresenta redução da sensação de sede), menos atividade física e baixo consumo de fibras alimentares (todos essenciais para a formação de fezes e evacuação satisfatória). Além disso, algumas medicações de uso contínuo, como narcóticos e antidepressivos podem tornar o trânsito intestinal mais lento.

Neurológico

Em alguns casos, pode haver um declínio da função neurológica relacionada a idade, como redução da cognição, memória, firmeza, reflexos, coordenação e na realização das atividades básicas da vida diária, porém, é essencial diferenciar o declínio neurológico normal, como diminuição de reflexos, de condições anormais, devido a danos como demência e alzheimer. Entretanto, mesmo o comprometimento cognitivo leve pode afetar a ingestão alimentar e aumentar o risco de desnutrição.


Este artigo pertence ao Curso de Introdução à Nutrição para Idosos

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