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História da Massoterapia

De maneira geral, não existe uma data e um local exato onde podemos indicar o local de origem da massoterapia. Isso acontece, pois a utilização de massagem como técnica de cuidado pode ser considerado como um instinto natural, presente inclusive em alguns animais, como os primatas.

Afinal, pare para pensar: quando você sente dores nas costas ou nos ombros, qual a sua primeira reação?

Na grande maioria dos casos, a primeira reação de quem sente dores nessas regiões é apertar ou pressionar o local com as mãos. Além disso, como dito anteriormente, na natureza também podemos enxergar a utilização de massagens como processo de cuidado.

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O motivo da utilização da massagem como forma de terapia inclusive em animais está no reflexo do toque e do calor para a transmissão de alívio.

Dessa forma, podemos concluir que a massoterapia é uma das técnicas de tratamento mais antigas do mundo, iniciada pelos nossos ancestrais, ultrapassando as barreiras históricas e sociais, chegando até os dias de hoje.

Entretanto, é importante ressaltar que, quando falamos em registros presentes na história da humanidade, a massoterapia tem início nas civilizações mais antigas do oriente. Assim, a primeira obra publicada sobre o tema ocorreu na região da China, 300 a.C., pelo estudioso Qi Bo.

Porém, hoje, a única obra sobrevivente é o livro de massagens da Dinastia Han, publicado pelo escritor e estudioso Han Quan Shu.


Ainda nessa mesma época, foram encontrados registros em que se recomendava o uso de espécies vegetais como terapia para o controle da respiração. Essas plantas medicinais eram associadas a alguns exercícios e posições corporais que deram origem à prática no Kung Fu.

Para complementar essa atividade visando uma melhor eficiência dos exercícios, a massoterapia era aplicada para o cuidado do corpo, tendo como foco o preparo e a manutenção da saúde.

Além dos povos chineses, também existem registros acerca da utilização da massoterapia a partir das civilizações egípcias em tempos mais remotos da humanidade. Dessa forma, historiadores apontam que os registros em papiro mostram a prática de massagem sendo usada para fins terapêuticos.

Uma das principais referências da massoterapia para a civilização egípcia é a rainha Ísis. A nobre utilizava essa técnica para curar e tratar a saúde há mais de 2000 anos a.C.

Além da rainha Ísis, diversos Faraós e suas famílias, utilizaram da massoterapia como método de relaxamento do corpo.

É importante ressaltar que foi a partir dos conhecimentos egípcios que tivemos a aplicação de óleos aromáticos em larga escala depois dos banhos, principalmente para a realização de massagens.

Entretanto, como dito anteriormente, é importante destacar que essa metodologia era utilizada apenas como forma de relaxamento do corpo e não como terapêutica para o tratamento de doenças ou lesões como presente na China Antiga.

Ao passar para o Ocidente, a principal responsável pela disseminação da massoterapia foi a Grécia e a Roma antiga.

Foi a partir dessas populações que a massagem passou a ultrapassar o conceito de técnica de relaxamento e a humanidade começou a entender a sua importância como método terapêutico para o tratamento e o estudo de doenças como já era aplicada nas civilizações chinesas.

Ao destacar a massoterapia como técnica medicinal, não podemos deixar de citar Hipócrates, o pai da medicina. De acordo com um dos mais importantes médicos do mundo, “a fricção pode unir uma junta que está com folga e afrouxar uma junta que está rígida demais”. Apesar do conceito simples, a ideia do pai da medicina era mostrar que de maneira concisa, a utilização e o entendimento da massoterapia era essencial para o tratamento de doenças.
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Grandes mudanças e marcos históricos também puderam ser percebidos no continente europeu no decorrer da Idade Média. Nesse momento, a prática da massoterapia foi banida da Europa devido a forte influência dos mandamentos da Igreja Católica.

A religião que ditava o comportamento da sociedade da época proibia o contato com o corpo humano, já que essa prática estava associada ao pecado da luxúria. Assim, a massoterapia passou por um processo de perda de influência, pois a população tinha medo do julgamento final.

Essa situação somente foi revertida com a Revolução Francesa, onde os princípios da sociedade passaram a ser baseados não apenas no cunho religioso, como também passou a envolver o pensamento científico e as tecnologias das grandes navegações.

Com isso, mais estudos foram produzidos nos diversos campos da ciência. Foi quando no século XVI, Ambroise Paré começou a refletir acerca das influências do movimento de fricção aplicados sobre pacientes no pós-operatório.

As reflexões de Paré originaram uma obra literária e também contribuíram para o seu reconhecimento como o pai da massoterapia moderna.

A partir dos estudos de Ambroise, diversas terminologias, conceitos e novas fontes de informação foram construídas. Esses conhecimentos desenvolvidos pelos cientistas persistiram até hoje guiando a atuação dos massoterapeutas na prática das suas profissões.

Assim como o francês, o processo de massoterapia na Suécia também gerou uma série de informações relevantes para a atuação profissional nos dias atuais. Apesar de ter sido divulgada 2 séculos depois, as bases teóricas do sueco Per Henrik Ling se tornaram extremamente importantes para as técnicas de massagem utilizadas na prevenção e no tratamento de enfermidades.

Os estudos de Ling tinham como pilar a teoria da fisiologia e os comportamentos dos atletas de ginástica do time nacional. A partir daí, temos o crescimento da massoterapia desportiva. Além da contribuição desenvolvida a partir da fundamentação teórica e dos experimentos práticos, a civilização sueca do século XIX também deu um importante avanço para a atuação da massoterapia como prática profissional. Em 1813, a primeira disciplina de massoterapia foi incluída na grade curricular de uma universidade.

Essa inclusão foi realizada no curso de fisioterapia e esse processo serviu de exemplo, contribuindo para a solidificação da massoterapia, incorporando a matéria em diversas outras instituições de ensino no continente europeu.

Isso também impulsionou as estações de banho que eram o principal pólo de utilização da massagem.

No entanto, assim como o processo tecnológico auxiliou no fortalecimento da massoterapia no período da Revolução Francesa, ele também trouxe uma resistência à sua prática durante e após a Revolução Industrial.

Dessa forma, tanto a produção científica quanto a produção tecnológica se transformaram em verdadeiras barreiras para a utilização da massagem como alternativa terapêutica. Como consequência, durante muitos anos a massoterapia foi sendo aplicada apenas como método de alívio do estresse no ocidente, ainda que os asiáticos tenham dado continuidade à massagem como tratamento de doenças, lesões e distúrbios presentes no corpo.

Foi a partir dessa divergência de conceitos e aplicações que surgiram as diferentes vertentes de atuação da massoterapia, trazendo assim a massoterapia relaxante, terapêutica, desportiva e dentre outros aspectos que serão elucidados nos próximos capítulos.


Entretanto, é importante ressaltar que, diferente do que muitos pensam, nem sempre a massoterapia foi construída a partir da disposição de profissionais renomados da área. Na verdade, hoje já sabemos que as técnicas chinesas tradicionais são próprias de um trabalho desenvolvido em sociedade, por pessoas que não tinham conhecimento sobre o assunto, mas que contribuíram para a utilização da massoterapia como alternativa de tratamento de diversas doenças presentes na atualidade.

Por fim, foi no início para meados do século XX que uma série de estudos foram realizados e mostraram que as técnicas de massagem possuem efeito promissor na manutenção da saúde humana.

Esses resultados foram uma consequência de experimentos e ações desempenhadas desde os primórdios da humanidade e no próprio instinto de sobrevivência dos seres humanos. Além disso, também é importante destacar que os avanços no estudo da fisiologia e anatomia humana também contribuíram diretamente para a consolidação e valorização dessa prática profissional.

Atualmente, o processo de massoterapia é algo mais complexo do que apenas pressionar o corpo com uma das mãos. Por isso, para que uma pessoa possa ser considerada como massoterapeuta, ela precisa conhecer algumas técnicas originadas de diversas partes do mundo, bem como os seus efeitos na manutenção da saúde.



Este artigo pertence ao Curso de Básico de Massoterapia

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