Em alguns anos, o Brasil passou por uma mudança no perfil de doenças existentes, saindo de um predomínio de doenças infecciosas para um predomínio de doenças crônicas não transmissíveis, que podem ser incapacitantes, parte delas próprias de faixas etárias mais avançadas, conforme visto no capítulo anterior, além das alterações características do envelhecimento.
Enfrentar o envelhecimento da maneira mais saudável possível é essencial para garantir a longevidade e a própria sustentabilidade do sistema de saúde, visto que atualmente existe um grande número de idosos no Brasil e no mundo. Sendo assim, é fundamental focar em um cuidado às doenças crônicas não transmissíveis e a promoção da saúde, e é aí que a nutrição ganha espaço. A nutrição é um dos campos de grande importância para assegurar a manutenção da capacidade funcional do idoso, visando um envelhecimento ativo e saudável, devendo cada idoso ser orientado de maneira individual, devido à complexidade de doenças e mudanças fisiológicas.
Figura 11: Exemplos de alguns alimentos in natura (naturais ou sem processamento industrial).
Fonte: Ministério da Saúde (2017).
Atualmente, algumas outras questões ainda dificultam o cuidado nutricional para garantir um envelhecimento saudável, pois, além das alterações biológicas e das doenças presentes nesta população, a renda e os hábitos alimentares dos idosos também são uma preocupação frequente.
Diversos idosos brasileiros têm renda familiar menor que um salário mínimo, o que dificulta a própria obtenção de alimentos e consequente menor consumo de frutas, verduras e itens lácteos.
O hábito alimentar do idoso é um grande desafio, visto que é influenciado não apenas por preferências, mas também pelo isolamento social, acesso ao transporte e a própria condição financeira. Todas essas camadas predispõem o idoso a alimentação inadequada e podem colocá-los em risco de má nutrição. Por esse motivo, a avaliação individual é tão importante neste momento, a fim de que o planejamento do cuidado nutricional seja adaptado a realidade de cada indivíduo.
De maneira geral, os princípios básicos da alimentação para esta fase da vida requerem a seleção de opções saudáveis de alimentos e bebidas, em qualidade e quantidade suficientes, devido ao maior risco de desnutrição que ocorre com a idade. A presença de doenças, quantidade de massa muscular e o nível de atividade física podem afetar as necessidades nutricionais individuais, por isso, é necessário realizar uma coleta de informações adequada e o mais detalhada possível, bem como uma boa avaliação nutricional para traçar um planejamento mais assertivo e com resultados favoráveis.
