Suplementação
A suplementação nutricional refere-se ao uso de produtos que contêm nutrientes concentrados, como carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, que têm o objetivo de complementar a dieta regular. Esses produtos são formulados para fornecer nutrientes adicionais que podem estar insuficientes na alimentação diária do idoso. Sendo assim, não são todos os idosos que irão precisar de suplementação nutricional, pois, apesar de útil para algumas pessoas, este item é complementar a alimentação e não podem substituir uma dieta equilibrada e variada, que continua sendo a base para uma boa saúde. Existem várias indicações para o início da suplementação, mas vamos nos ater a duas neste momento, que é a baixa ingestão alimentar e a perda de peso.
Como vimos neste curso, a baixa ingestão alimentar no idoso pode ser um problema frequente, em virtude das mudanças fisiológicas, dificuldades sociais e a presença de doenças, cujo consumo alimentar insuficiente resulta em perda de peso e redução da capacidade funcional e do bem-estar geral. Outro ponto são as doenças que o idoso possui, visto que algumas doenças têm a capacidade de consumir energia do próprio corpo, sendo assim, a quantidade de nutrientes consumidos via oral continua sem ser suficiente, pois em virtude da doença, este idoso precisa de um aporte energético ainda maior.
Os suplementos nutricionais estão disponíveis em várias formas, podem ser líquidos, em pó, barras, cápsulas e comprimidos e a sua forma depende do suplemento que se deseja naquele momento. Os suplementos nutricionais são regulamentados por órgãos de saúde para garantir a segurança e qualidade dos produtos e a sua utilização deve ser orientada por um profissional de saúde, normalmente nutricionista ou médico, pois levam em consideração diversas questões clínicas individuais, como estado de saúde atual, medicações em uso e dieta habitual para indicar os suplementos mais apropriados, e, após iniciado, os resultados precisam ser monitorados ao longo do tempo, a fim de avaliar ajustes de dose, substituições ou suspensão.
Cada suplemento nutricional apresenta suas especificidades, como volume, apresentação, consistência, se com ou sem sabor (morango, baunilha, chocolate e outros), composição energética, proteica, lipídica e de micronutrientes (vitaminas e minerais), com ou sem lactose, entre outros, cuja escolha depende do objetivo nutricional a ser alcançado e do quadro clínico do idoso.
Os idosos com desnutrição ou que estejam em risco nutricional, com uma baixa ingestão alimentar, ou seja, menor que 70% das necessidades energéticas diárias, possuem indicação para uso de suplementos nutricionais orais. Quando estes forem prescritos, podem fornecer até 400 calorias e 30 gramas de proteínas por dia.
A redução da ingestão alimentar pelos idosos pode ser devido a diversas situações, incluindo o fato de conseguir consumir apenas pequenos volumes. Neste caso, a suplementação nutricional tem um papel muito importante, pois, as refeições precisam ser energeticamente mais densas, ou seja, precisam ter um volume pequeno, mas com uma riqueza de nutrientes, portanto, é possível fazer preparações em pequenos volumes, como vitamina em um copo de 200 mL, mas acrescentar leite em pó e suplemento nutricional, tornando aquela refeição mais “rica” nutricionalmente.
Sendo assim, a suplementação pode ser feita através da adição de nutrientes específicos às refeições, como os hipercalóricos ou módulos de proteína e maltodextrina, aumentando a densidade energética e proteica das refeições.
Apesar da inclusão dos suplementos, a preferência e a textura da alimentação do idoso devem ser respeitadas e adequadas, e alguns idosos podem necessitar de supervisão e auxílio para preparo, sempre que necessário. Os suplementos nutricionais em pó para perda de peso e baixa ingestão alimentar são bem utilizados no dia a dia, pois suas versões sem sabor permitem que o idoso adicione e concentre este produto em sucos, vitaminas, leite líquido, mingaus e outros, de forma que possa ser fracionado em diversas vezes ao dia, contribuindo com o melhor fracionamento da proteína e aporte energético, sendo normalmente mais utilizados nas pequenas refeições (lanches da manhã e da tarde e ceia).
O período mínimo que o idoso deve utilizar a suplementação nutricional é de 35 dias, visto que as intervenções nutricionais necessitam de um maior tempo para que os efeitos sejam reavaliados. O suplemento nutricional pode ser utilizado por um período longo, até que os objetivos sejam alcançados, entretanto, a adesão ao consumo do suplemento depende do monitoramento, da aceitação do idoso, da tolerância e de cada caso, sendo avaliado individualmente.
Para saber quando o suplemento nutricional não será mais necessário, é possível verificar o estado nutricional do idoso e realizar uma avaliação do consumo alimentar, como o inquérito alimentar, realizando o cálculo do consumo energético para avaliar se a ingestão energética é capaz de suprir a demanda atual do idoso.
Portanto, em idosos que necessitam de suplementação nutricional, este item desempenha um papel crucial na promoção da saúde, recuperação do estado nutricional e qualidade de vida dos idosos. É uma maneira eficaz de assegurar que os idosos recebam nutrientes necessário para auxiliar na manutenção da saúde. Com a orientação adequada de profissionais de saúde e uma abordagem nutricional específica, os idosos podem desfrutar de uma nutrição equilibrada e que promova um envelhecimento saudável e ativo.
Este artigo pertence ao Curso de Introdução à Nutrição para Idosos
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